DOUTRINA - a mulher

O PAPEL DA MULHER NO MORMONISMO


Texto traduzido e adaptado de exmormon.org


Muitas religiões começaram recentemente a mudar na tentativa de igualar os papéis e responsabilidades de homens e mulheres. O mormonismo é uma das exceções. A posição da igreja sobre as mulheres pouco mudou desde os anos 1800, quando a visão oficial era que:



o principal local da "mulher é em casa, onde ela está para educar crianças e respeitar os justos conselhos de seu marido" (McConkie 844).


Esta atitude, aliada à doutrina da poligamia e do poder absoluto reivindicado pelos homens da igreja, criou um legado de profundo sexismo que o mormonismo moderno tem sido incapaz de escapar.


O mormonismo criou um engenhoso sistema de opressão, em que a oposição em relação aos homens equivale a discutir com Deus. 

A religião SUD não faz distinção entre clérigos e leigos, pelo menos no que diz respeito aos homens (Laake 9). Todos os homens mórmons são ordenados como membros do “sacerdócio", com a autoridade absoluta para pregar o evangelho, de dar bênçãos, profetizar, realizar curas e batismos, e geralmente falam por Deus.


O sacerdócio lhes dá o direito de informar e instruir os santos (isto é, os mórmons), e sua jurisdição se estende sobre todas as coisas espirituais e temporais" (Snowden 134).



Aos doze anos de idade, os meninos tornam-se membros do sacerdócio Aarônico, ou sacerdócio menor e, ao se tornarem elegíveis aos dezoito anos,  recebem o sacerdócio de Melquizedeque ou sacerdócio maior. Membros de ambos os sacerdócio são autoridades superiores em tudo em relação aos não-membros. 

 As mulheres são, naturalmente, excluídas do sacerdócio. Esta prática em vigor implica que o filho pré-púbere de uma mulher é mais qualificado para aconselhá-la do que ela para aconselhá-lo.


A explicação oficial é que as mulheres não recebem o sacerdócio porque são mais espirituais do que os homens. Portanto, os homens precisam ter o sacerdócio para ensiná-los a serem melhores pessoas (Johnson, 86). As mulheres são também informadas de que, por terem a capacidade, de suma importância, de gerarem  filhos, os homens precisam do poder do sacerdócio apenas para equiparar-se à elas. Muitas mulhers sentem-se honradas com tais explicações!



O exemplo mais notório do tratamento para com as mulheres é, naturalmente, a prática da poligamia. No início de 1843, Joseph Smith, fundador da Igreja Mórmon, anunciou à imprensa que, a despeito de rumores em contrário, os Santos dos Últimos Dias não praticavam a poligamia e acreditavam que era uma abominação (Wallace 53) - veja AQUI.


Ele falou parte da verdade, pois a grande maioria dos mórmons estava preocupada por esta prática ser expressamente proibida no Livro de Mórmon. No entanto, o próprio Joseph tinha se casado, até 1843, com pelo menos onze mulheres além de sua esposa legal. (Wallace, 52). A primeira delas, em 1835, foi uma garota órfã de dezessete anos, que foi  levada para casa por sua esposa, Emma Smith. Joseph aparentemente casou-se com muitas dessas mulheres sem o conhecimento de sua esposa ou seus companheiros mórmons (Wallace 52) - veja mais informações AQUI.


Em 12 de julho de 1843, Joseph Smith declarou que Deus havia lhe dado uma nova revelação sobre o casamento, que ele revelou a seu irmão e a outros altos membros da Igreja do sexo masculino. Esta revelação de Deus, em um ponto, especificamente instruia "minha serva Emma Smith, esposa de Joseph" para aceitar esta doutrina e permitir que Joseph tivesse tantas esposas quanto ele quisesse, contanto que todas elas fossem "virtuosas e puras" (Snowden 191 ).


Emma Smith era uma mulher de temperamento muito forte, e Joseph estava tão assustado com sua ira que enviou seu irmão Hyrum para informá-la do plano de Deus. Emma estava compreensivelmente desdenhosa, e expulsou Hyrum de sua casa (Wallace 55). Mais tarde, ela conseguiu obter uma cópia escrita da revelação, e quando na presença de Joseph, jogou-a na lareira.


No entanto, o estrago já havia sido feito. Os números variam, mas Joseph estava casado com cerca de vinte e sete a quarenta mulheres no momento da sua morte (Snowden 282). Emma deixou a igreja depois de sua morte e posteriormente negou que o marido tivesse praticado a poligamia (Wallace 65).


Havia muitas razões dadas para a prática da poligamia. A mais popular na época era, naturalmente, que Deus tinha ordenado por intermédio de Joseph Smith. A crença Mórmon é que a poligamia é santa e foi praticada comumente nos tempos antigos, até que as pessoas começaram a espalhar falsas religiões. 

Adão, em sua existência anterior e espiritual, também tinha muitas mulheres, e Eva foi apenas uma delas (Wallace 291). Jesus também era um polígamo e "foi casado, pois assim Ele podia ver a sua semente antes de ser crucificado" (Hoekema 56), e suas esposas eram Maria, Marta e Maria Madalena - veja AQUI

A doutrina SUD afirma que o presidente da igreja teve que suspender a prática da poligamia em 1890 por causa das condições no momento, mas "obviamente, a prática santa começará outra vez após a Segunda Vinda ..." (578).


Havia outras justificativas para a poligamia. Os SUDs muitas vezes afirmavam que eles eram muito melhores do que "gentios", como os não-mórmons são chamados, porque seu sistema de poligamia manteve-os afastados de cometerem o pecado de adultério. Os casamentos polígamo eram para:


"tornar possível a procriação de corpos o suficiente para os milhares de espíritos que estavam aguardado a encarnação" (Snowden 141).


Alguns SUDs de hoje explicam que muitos homens morreram em guerras e de doenças, e todas as mulheres extras necessitavam de maridos para sustentá-las (veja AQUI). Uma visão menos simpática da poligamia foi descrita por Sir Richard Burton em uma visita a Utah. Ele disse:


"O motivo .. para a poligamia em Utah é a economia. Servos são raros e caros, é mais barato e mais confortável casar-se com eles." (Wallace, 94).



Casamento poligâmico é, basicamente, essencial para a teologia mórmon (veja AQUI). A doutrina mórmon afirma que Deus foi uma vez um homem humano, e "Ele é agora um Personagem glorificado, ressurreto e tem um corpo tangível de carne e ossos" (250). De fato:


"todos os deuses primeiro existiram como espíritos, vieram à uma terra para receber corpos e, em seguida, depois de terem passado por um período de provação na terra citada, foram avançados para a posição exaltada que agora possuem" (Hoekema 38).


Após a morte, um bom homem mórmon que tenha seguido algumas regras determinadas é catapultado para este mesmo estado e recebe o seu próprio planeta para povoar e governar (Fife 103). Para receber esta honra, um homem deve ser "casado para a eternidade" no templo mórmon. Este casamento especial é selado até e após a morte.


"Casamento Celestial " como o casamento eterno é muitas vezes chamado, é essencial para as mulheres SUDs. Sem estar celestialmente casada com um portador do sacerdócio, uma mulher não pode ser "salva" (Green 154). 

Mary Ettie Smith, uma mulher mórmon que deixou a igreja e Utah em 1856, disse que "as mulheres não tem grande significado em si", e que as mulheres naqueles tempos eram frequentemente casadas celestialmente com homens que elas não tinham a mínima intenção de estar com eles, mas o faziam para que elas pudessem ter um homem que fosse capaz de levá-las ao céu (Green 154).



Na cerimônia de casamento no templo, as mulheres recebem nomes secretos conhecidos apenas por seus maridos, para fins de identificação, para que seus maridos possam levá-las para o "outro lado" após a morte (Laake 118). 


Durante a cerimônia de casamento, até 1990, os homens faziam seus convênios no templo diretamente com Deus, enquanto que as mulheres tinham que fazer seus convênios do templo com seus maridos (Laake 328). Isto significa que enquanto os oficiantes do templo do sexo masculino representavam Deus levando os homens através do tecido, que representa o véu entre os mundos, os maridos, simbolicamente, levavam suas esposas através do véu. As mulheres também prometiam obedecer a seus maridos em tudo, enquanto seus maridos prometiam obedecer a Deus (Laake 108).



Como parte da cerimônia, as mulheres também recebem os seus Endowments. Estas são ordenanças sagradas e as promessas que fazem uma pessoa elegível para entrar no nível mais alto dos céus, e os SUDs as recebem em sua primeira visita ao templo (Laake 93).


Após a morte, enquanto seus maridos estão criando os planetas e tomando decisões sobre eles, as mulheres têm a duvidosa honra de gerar seus filhos "espírituais" para a eternidade. Estes filhos espirituais descem ao planeta de seu pai para habitar corpos como mortais, e são, então governado por ele. 


A doutrina SUD afirma que esses homens e mulheres casados celestialmente  "viverão eternamente na unidade familiar e terão filhos espirituais, tornando-se Pais Eternos e Mães Eternas" (516).



Um homem que tem várias esposas pode gerar muito mais filhos espirituais, tornando-o muito mais poderoso. O controle da natalidade é, naturalmente, fortemente desencorajada. Os ambiciosos homens mórmons devem gerar muitas crianças com o maior número de esposas possível, pois:


a "sua glória (no paraíso) é proporcional ao número de esposas e filhos" (Snowden 141).


Os mórmons acreditam que todos os seres humanos são literalmente as crianças espirituais de Deus que estão habitando momentaneamente corpos carnais. Isso cria um problema filosófico para eles, pois como seus espíritos poderiam ter sido gerados por um pai sem uma mãe? Portanto, além do Pai Celestial:


há "uma mulher de glória, perfeição e santidade semelhante" que está "a Ele associada, como uma mãe" (McConkie 516).


Isso parece bastante incomum para uma religião patriarcal e, de fato, não há quase nada escrito sobre ela. Também não há explicação para a desconsideração de Deus para seus próprios mandamentos sobre a poligamia.


É difícil negar o efeito da poligamia nas milhares de mulheres que viviam nela. Anne Eliza Webb, uma das esposas de Brigham Young, escreveu sobre sua mãe:


"A poligamia ... era a coisa mais detestável do mundo para ela, e ela temia e abominava, mas ela tinha medo de se opor a ela, para não ser encontrada lutando contra o Senhor "(Wallace, 62) - veja mais sobre as aflições da poligamia AQUI.


Esta foi a principal razão para que tantas mulheres, a contragosto, aceitassem a poligamia. Os élderes da igreja asseguravam à essas mulheres que aquelas que se recusassem a praticar a poligamia seriam condenadas e, uma vez que os homens falavam de Deus, as crentes tinham que aceitar (Wallace 74).


A poligamia efetivamente reduziu as mulheres a simples mercadorias. Heber C. Kimball disse: 

"Eu  não penso mais ao pegar outra esposa do que eu penso ao comprar uma vaca" (Wallace 101). 

Os missionários, que eram quase sempre homens, fizeram um esforço especial para converter as mulheres, e estas mulheres recém-convertidas foram encorajadas a irem para Utah. Depois de deixar suas famílias e lares, e destruirem suas economias para chegarem ao "paraíso", elas descobriam a doutrina da poligamia.


Se um homem sentisse que sua esposa não estava se comportando adequadamente, ele sempre poderia encontrar uma mais compatível. Como todas as mulheres devem se casar para ir para o céu, a pressão de se conformar com as expectativas dos homens era incrível. Se um homem não estava satisfeito com sua esposa, Brigham Young:


"recomendava ... para que tome uma mulher plural ou duas - uma vez que esta era uma cura certa para uma mulher perversa e recalcitrante" (Fife 101).


O sistema não fornecia sequer a uma camaradagem que se poderia esperar de uma casa cheia de mulheres, pois as esposas estavam muitas vezes em competição pela atenção do marido. Tecnicamente, a primeira esposa tinha que de aprovar as esposas subsequentes (Wallace 82), mas poucas mulheres escolheram o risco da ira de seus maridos e dos élderes da igreja, recusando alguma esposa plural. Algumas preferiam perder a vida.


A poligamia foi oficialmente suspensa pelo presidente da igreja em 1890, vinte e oito anos após a poligamia ser declarada ilegal pelo governo norte-americano e treze anos depois de um tribunal decidir que os casamentos polígamos não eram válidos (Wallace 368) - veja detalhes AQUI.


Ann Eliza Webb tinha solicitado o divórcio de Brigham Young por causa da poligamia, em 1873, forçando o governo a tomar uma posição sobre a persistência desta prática. O tribunal decidiu que ela não poderia se divorciar, uma vez que ela não era legalmente casada (Snowden 287).


Após muitos anos, a igreja tornou-se uma militante contra a poligamia; qualquer pessoa que for encontrada praticando-a é imediatamente excomungada, e aqueles quea pregam são condenados ao ostracismo (Johnson 76). 

No entanto, a poligamia ainda está em prática na igreja, mas de uma forma menos óbvia. Se o marido de uma mulher morre, ela pode, após um período adequado de luto, se casar com outro homem desde que ela se case com ele "para o tempo", ou somente até a morte. Após a morte, ela será levada para o céu para estar com seu primeiro e verdadeiro marido para a eternidade. 


No entanto, se a esposa de um homem morre, ele pode casar-se novamente celestialmente, proporcionando assim para si uma família poligâmica no céu. O governo pode ser capaz de impedir a prática da santa poligamia na terra, mas não pode fazer nada sobre ela no céu.


Por causa da doutrina do casamento celestial, é muito difícil para as mulheres mórmons obterem o divórcio na igreja. É dito à mulher que "o divórcio é geralmente o resultado de um ou ambos não viverem o Evangelho", e que uma mulher que quer um divórcio é "falsa aos convênios que ela fez na casa do Senhor" (Laake 176). 

Não há problemas para a obtenção de divórcios legais, mas estes criam muitos problemas na vida religiosa de um mórmon. Após um divórcio civil, a recomendação do templo de uma mulher é anulada (Laake 193). Em outras palavras, ela é considerada indigna de entrar no templo, até que ela possa provar aos líderes da igreja que o divórcio não foi causado por adultério. Isto é feito descrevendo as atividades sexuais muito detalhadamente em uma série de cartas para as autoridades da igreja do sexo masculino (Laake 194). 

As mulheres devem se submeter a essa regra humilhante para evitar passar a eternidade com seus ex-maridos, porque elas devem estar aptas a entrarem no templo para obterem uma " anulação do selamento” (Laake 210). Este cancelamento é necessário se a mulher desejar se casar novamente no templo, pois as mulheres podem ser casadas celestialmente com apenas um homem.


Os homens não precisam passar por nada disso para terem suas recomendações de volta, e eles, naturalmente, não têm necessidade de cancelar o casamento celestial com uma mulher para se casar com uma segunda (Laake 223).



Muitos homens mórmons, no final da adolescência, optam por sair em uma missão para a igreja, para pregar o Evangelho em outras terras. Essa prática, além de aumentar a adesão de membros na  Igreja, serve a um propósito adicional através do aumento da dedicação desses homens ao mormonismo. Uma vez que um homem passa dois anos de sua vida em terras distantes, por sua fé, privado de qualquer contato com a televisão, música, e mulheres (pois isso é necessário), ele dificilmente deixará a igreja. Ele sacrificou muito, e ele não pode se dar ao luxo de não acreditar na religião pela qual tanto se sacrificou.



Este sistema também funciona de forma semelhante em relação às mulheres, pois são as que foram deixadas. Enquanto o namorado ou noivo de uma mulher está fora pregando por dois anos, ela passa aqueles anos esperando por ele. Ela não só vai acreditar mais na religião que ele optou e a deixou, mesmo que temporariamente, mas ela vai sentir mais devoção por aquele homem. Ele deve ser o homem certo para ela, porque ela esperou tanto tempo por ele.


As mulheres mórmons de hoje ainda são educadas para acreditarem que a coisa mais importante que podem fazer é:


"casar com a pessoa certa, no lugar certo, pela autoridade certa" (McConkie 118).


Deborah Laake, que foi excomungada em 1993 por escrever sobre as cerimônias secretas do templo, afirma que "tinha sido repetidamente marcado em mim que se eu não me casasse com um homem fiel mórmon ... num templo mórmon, seria-me negado o acesso ao mais alto nível do céu Mórmon "(Laake 4). O casamento no templo é tão importante 

"que um desejo de romance na terra não deve interferir com ele" (Laake 77). 

Por volta dos vinte e um anos, os homens retornam de suas missões e são admoestados a casarem-se dentro de seis meses (Laake 51).


Meninas e meninos também são informados de que uma boa e adequada casa mórmon é uma sob ordem  patriarcal. Um manual escrito para os meninos de quatorze anos de idade diz:


"A ordem patriarcal é de origem divina e continuará ao longo do tempo e da eternidade" (Laake 39).


Maridos conduzem orações na família, abençoam suas esposas e filhos, e geralmente controlam a casa. Eles também são responsáveis pela "noite familiar", uma noite por semana reservada para a oração familiar e união. A crença Mórmon é que os papéis das Evas são de ajudá-los, de gerar filhos e de definir este padrão para todas as suas filhas (McConkie 844).


As meninas são informadas de que Deus quer que elas fiquem em casa (Laake 153), e os meninos nunca são ensinados a se cuidarem, pois quando a mãe parar de fazer isso por eles, suas mulheres irão assumir este cargo. Essas idéias, ao menos, não mudaram em nada desde o século XIX.



Os meninos, e particularmente as meninas mórmons são ordenadas a permanecerem completamente castas até o casamento. As meninas crescem acreditando que sua virgindade é o que a torna valiosa para se casar (Laake 195), e eles dizem que


"Se você sujar o seu corpo, permitindo que os meninos a toquem de maneira proibida ... nenhum homem bom vai querer casar com você "(Johnson, 74).


De acordo com a Doutrina mórmon:


"a perda da virtude é um preço muito grande a se pagar até mesmo para a preservação da vida - melhor morto e limpo, do que vivo e imundo" (McConkie 124).


A fim de entrar no templo para a cerimônia de casamento, os mórmons devem ser submetidos a uma entrevista rigorosa por seus bispos sobre os detalhes íntimos de sua história sexual, garantindo assim a sua pureza (Laake 86). 

As faculdades SUDs de hoje têm códigos de vestimenta para as mulheres, que proíbem shorts, saias curtas e outros artigos de vestuário que poderiam incitar a luxúria de um jovem.



Os mórmons, como certas religiões, acreditam que, em um relacionamento, a mulher tem a culpa por qualquer delito sexual. As meninas dizem que se "deixarem" um homem tocá-las, ele não irá respeitá-las, mesmo sendo ele o único responsável pelo ato. 

O namorado de uma mulher mórmon, na porta da frente de sua casa no final de uma noite perfeita e sem pecado, ordenou que ela entrasse em sua casa, caísse de joelhos, e implorasse perdão para os pecados que ela havia feito que ele desejasse cometer (Johnson 79).



A castidade rigorosa é exigida pela Igreja, mas muitas vezes há sérios confrontos doutrinários, pois as meninas são ensinadas a agradarem seus maridos e os outros homens de suas vidas. Esta lição torna muito difícil manter a castidade rigorosa exigida das mulheres. O que uma garota deve fazer quando o homem que ela está namorando, a quem supostamente deve  obedecer porque ele é inspirado por Deus, quer fazer mais do que beijá-la? Em Utah, estado dominado por mórmons, em 1978, setenta por cento das noivas adolescentes estavam grávidas em seus casamentos (Johnson 39).


No entanto, ter filhos é o principal objetivo de uma mulher nesta vida; Sonia Johnson afirmou que:


"Eu tinha sido condicionada a acreditar que se eu não tivesse filhos, eu não tinha muito valor. As mulheres foram feitas para terem filhos."(Johnson, 42) - veja AQUI.


A Igreja SUD de hoje ainda é apegada às crenças do século XIX. Algumas mulheres na igreja estão tentando fazer a diferença, mas normalmente elas são rapidamente excomungadas (Laake 342; Johnson 351). 

Em revistas mórmons, que são cheias de conselhos para as mulheres dos chefes da Igreja, a mensagem foi alterada em resposta ao movimento feminista. Em 1964, o conselho sobre o casamento eo divórcio era bastante imparcial; em 1972, estes temas foram abordados com pânico crescente e aspereza (Laake 175). As feministas são descritas como "as gaiteiras do pecado que levaram as mulheres longe do papel divino da feminilidade, para o caminho do erro" (Laake 176).


Evidentemente, a Igreja SUD não vai alterar a sua opinião sobre as mulheres em um futuro imediato. É questionável se é mesmo possível que o mormonismo iguale os papéis de homens e mulheres, porque a opressão das mulheres é essencial para a religião. 

De fato, na igreja SUD, mulheres e homens não podem realmente se tornarem iguais, pois os princípios básicos do mormonismo são tão repletos de sexismo, que a igualdade certamente mudaria a religião de forma irreconhecível.



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Notas:


The Book of Mormon. Salt Lake City, The Church of Jesus Christ of Latter-Day Saints, 1981. First English edition, 1830.


Fife, Austin and Fife, Alta Saints of Sage and Saddle. Salt Lake City, University of Utah Press, 1980.


Green, N. W. Mormonism: Its Rise, Progress, and Present Condition, Embracing the Narrative of Mrs. Mary Ettie Smith. Hartford, Belknap and Bliss, 1870.


Hoekema, Anthony A. The Four Major Cults. Grand Rapids, Michigan, William B. Eerdmans Publishing Co., 1963.


Johnson, Sonia From Housewife to Heretic. Garden City, New York, Doubleday and Company, Inc., 1981.


Laake, Deborah Secret Ceremonies, a Mormon Woman's Intimate Diary or Marriage and Beyond. New York, Dell Publishing, 1993.


McConkie, Bruce R. Mormon Doctrine. Salt Lake City, Bookcraft Inc., 1966.


Smith, Joseph The Prophet Joseph Smith's Testimony. Salt Lake City, The Church of Jesus Christ of Latter-Day Saints.


Snowden, James H. The Truth About Mormonism. New York, George H. Doran Co., 1926.


Wallace, Irving The Twenty-seventh Wife. New York, Simon and Schuster, 1961.