TEMPLO SUD - a Bíblia

OS TEMPLOS MÓRMONS E A BÍBLIA

 
A igreja mórmon, oficialmente conhecida como A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias, opera com numerosos templos sagrados em todo o mundo. 
 
Ela afirma que estes impressionantes edifícios e os rituais incomuns neles realizados (tais como o batismo pelos mortos e o casamento eterno) são uma extensão do templo de Jerusalém descrito na Bíblia. Também afirma que a igreja primitiva estabelecida por Jesus Cristo e Seu apóstolos praticava esses rituais.

Os Templos foram uma parte importante do judaísmo, e o Novo Testamento menciona cristãos nos templos. Porém, uma análise do papel do templo bíblico revela alguns fatos surpreendentes, quando comparados com o papel dos templos mórmons.

No Mormonismo, os templos não são casas grandes de reunião, onde os serviços de domingo são realizadas. Na verdade, a maioria dos mórmons não estão sequer autorizados a entrar no templo. Apenas os mórmons que são "dignos" têm aprovação, após uma série de entrevistas, a acessar esses edifícios e as cerimônias realizadas nele.

No Antigo Testamento, Deus ordenou a Salomão que construisse um templo. Quando ele fez isso, haviam detalhes muito específicos sobre o propósito do templo, quem poderia entrar em várias partes do templo, o que eles deveriam usar, em que dia eles podiam entrar, o que aconteceria no templo, etc.

Nenhum propósito em comum

Uma comparação entre as atividades do templo bíblico e dos templos mórmons mostra claramente que entre ambos não há nada em comum.

A atividade principal do templo no AT era oferecer sacrifícios de animais diferentes a Deus pelos pecados. Algumas dessas ofertas eram feitas com o fruto da terra, mas maiores detalhes são dados nos capítulos de um a nove de Levítico, sobre como diferentes animais seriam oferecidos para os diferentes tipos de pecados.

Quando um judeu sabia que tinham cometido o pecado de blasfêmia, por exemplo, ele iria trazer um cordeiro para o sacerdote sacrificar em seu nome, e assim ter a culpa do seu pecado encoberta (Levítico 5:4-6). 
 
Portanto, a única razão de ir ao templo era obter o perdão dos pecados, não para provar o seu merecimento. Eles iam porque sabiam que havia uma falha em seu relacionamento com Deus e que eles precisavam fazer o sacrifício necessário.

A localização do altar do holocausto imediatamente em frente à única entrada do templo de Jerusalém, ilustra esse propósito. O altar enfatizava o fato que o amor e a aceitação de Deus estende-se unicamente ao pecador cujas transgressões foram expiadas por Seu cordeiro sacrificial. Salomão expressou este propósito singular em 2 Crônicas 2.6:

“E quem sou eu para lhe edificar a casa, senão para queimar incenso perante ele?"[1]


A igreja mórmon afirma que o templo é uma restauração de como os judeus no Antigo Testamento construiram os templos. Eles retratam o seu templo como se tivesse muitas semelhanças com os templos no Antigo Testamento. Estas alegações são facilmente provadas serem falsas.

Na teologia mórmon, os templos servem a um propósito completamente diferente: servem como lugares para a realização de rituais incomuns, que incluem o batismo pelos mortos e o casamento eterno. Por meio desses rituais, os homens podem vir a se tornarem deuses, segundo a igreja mórmon e suas escrituras (Doutrina e Convênios 132:19, 20). [2]

A igreja mórmon declara que esses ritos eram parte do cristianismo do primeiro século, mas que foram sabotados por apóstatas. Declaram ainda que todas as outras igrejas são falsas e apóstatas;[3] que o mormonismo é a única forma verdadeira de cristianismo no mundo.

Entretanto, esses rituais do templo mórmon não têm nenhuma base, seja na Bíblia, na literatura judaica antiga ou na história cristã.


Vejamos alguns pontos interessantes de comparação entre os ensinamentos bíblicos e a teologia SUD:

1. O objetivo principal do templo do Antigo Testamento era oferecer sacrifícios de animais, mas nenhum templo mórmon faz isso.

2. Na teologia judaica, aqueles que estavam indo para o templo o faziam porque tinham pecados que precisavam ser perdoados diante de Deus.

Na teologia mórmon, a pessoa deve ser considerada "digna" para entrar no templo. Este termo significa que o membro SUD tem demonstrado em sua vida que cumpre certas qualificações para ter acesso ao templo. O apóstolo mórmon Bruce R. McConkie definiu desta maneira:

"Dignidade é determinada unicamente com base na justiça pessoal." (Mormon Doctrine, p. 851)

3. Deus designou somente um templo (Deuteronômio 12.5, 13–14; 16.5, 6).

Em contrapartida, a igreja mórmon funciona com centenas de templos, em franca violação a este mandato divino.

4.  Na teologia judaica, havia apenas um sumo sacerdote.

Na teologia SUD, o ofício de "sumo sacerdote" é concedido a milhares de homens SUDs todo o mundo. Este sistema de sacerdócio em nada se assemelha ao sacerdócio do Antigo Testamento.

5 – Apenas o sumo sacerdote poderia realmente encontrar-se com Deus, e este o fazia apenas um dia por ano.

O santuário do templo de Jerusalém consistia em dois aposentos. Havia um compartimento externo, chamado de “o lugar santo”, e, separado deste por uma cortina ou véu espesso, um cômodo interno chamado “o santo dos santos” (veja figura abaixo). Os adoradores, incluindo o rei de Israel,[4] não podiam ir além do altar do holocausto no átrio.


Nos templos mórmons, tanto homens como mulheres entram no templo e participam de atividades do templo mesmoos que não são sacerdotes, durante praticamente todos os dias do ano (salvo aos domingos e recessos). Encontramos aí outro ponto no qual os ritos nos templos mórmons contradizem a revelação bíblica.

6. Uma das principais atividades em templos SUD é batismos por procuração pelos mortos.
 
No interior de cada templo mórmon existe uma impressionante pia batismal, montada nas costas de doze bois esculpidos em tamanho natural (veja figura abaixo).



Essa pia é modelada segundo uma descrição da Bíblia de um grande reservatório de água, um lavatório (também chamado “bacia” ou “mar”), que era localizado do lado de fora da porta do templo de Salomão (2 Crônicas 4.2, 15).

Entretanto, o lavatório do templo bíblico não era usado para batismos, como a igreja mórmon ensina (pelo fato do batismo cristão ser uma ordenança do Novo Testamento). 
 
Pelo contrário, as Escrituras afirmam claramente que o reservatório era utilizado pelos sacerdotes para se lavarem depois do oferecimento dos sacrifícios de animais, em preparação para a ministração no santuário (Êxodo 30.18–20; 2 Crônicas 4.2–6).

Ainda devemos lembrar que a Bíblia estritamente proibe qualquer interação com os mortos (Deuteronômio 18:11-12), e também não há qualquer menção de se fazer qualquer tipo de batismo no templo do Antigo Testamento.
 
7. Outra atividade importante nos templos SUD são os casamentos para a eternidade. Esse rito jamais foi praticado no templo bíblico. 
 
E mais: não existe uma única menção de tal rito na Bíblia, na literatura judaica antiga ou na história da igreja primitiva. Pelo contrário, em Romanos 7.2, o apóstolo Paulo ensina claramente que o casamento é somente para a vida mortal:

“Ora, a mulher está ligada pela lei ao marido, enquanto ele vive; mas, se o mesmo morrer, desobrigada ficará da lei conjugal.”

Da mesma forma, Jesus nos ensinou que “na ressurreição, nem casam, nem se dão em casamento; são, porém, como anjos no céu” (Mateus 22.30).

Portanto, o rito mórmon do casamento eterno no templo não é uma prática cristã ou bíblica.

8. Todas as atividades no templo bíblico eram de conhecimento do público. Mesmo que a entrada no templo fosse permitida somente aos sacerdotes, todas as atividades ali realizadas foram explicadas com detalhes nas Escrituras (por exemplo, Êxodo 30.7-10; Levítico 4.5–7; 16.1–34; 24.1–9).[5]

A Bíblia alerta o cristão contra a participação em atividades secretas (Mateus 10.26, 27; Efésios 5.11, 12). E o próprio Jesus afirmou não ter nenhum ensinamento secreto, quando disse:

“Eu tenho falado francamente ao mundo; ensinei continuamente tanto nas sinagogas como no templo, (...) e nada disse em oculto”(João 18.20).

 Em total oposição a estes ensinamentos, a igreja mórmon insiste em manter em segredo os rituais do templo.[6]

9. A Bíblia estabelece requisitos estritos de linhagem para o sacerdócio aarônico. Somente os homens da tribo de Levi e da linhagem da família de Aarão eram qualificados para servir como sacerdotes no santuário do templo (Números 3.10; 18.1–7; Êxodo 29.9). [7]

A igreja mórmon alega possuir um sacerdócio aarônico restaurado, mas ignora completamente este claro requisito de linhagem pura das Escrituras. [8]

O Templo torna-se obsoleto

No Novo Testamento, houve uma mudança considerável no significado do templo. O Templo não é mencionado como um lugar onde as pessoas necessitam comparecer, como parte de sua adoração.

Paulo e os outros apóstolos foram ao templo, mas foi para tentar ganhar convertidos do judaísmo ao cristianismo.

Ainda, ao final de Seu ministério terreno, Jesus Cristo predisse que o templo de Jerusalém estava a ponto de ser destruído (Mateus 24.1, 2). Ele disse a Seus discípulos:

“Em verdade vos digo que não ficará aqui pedra sobre pedra que não seja derrubada”.

Esta profecia se cumpriu no ano 70 d.C. quando Tito, um general romano, demoliu o templo. Desde então o templo nunca mais foi reconstruído.

Em outra oportunidade, Jesus dissera que a adoração no templo seria substituída por uma nova forma de adoração, sem a necessidade de um edifício:

“(...) podes crer-me que a hora vem, quando nem neste monte, nem em Jerusalém adorareis o Pai. (...) Mas vem a hora e já chegou, em que os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e em verdade; porque são estes que o Pai procura para seus adoradores” (João 4.21, 23).

De fato, um dos eventos mais emocionantes que aconteceu a respeito do templo foi resultante da morte de Cristo.

Mateus 27:50-51:

"E Jesus, clamando outra vez com grande voz, rendeu o espírito. E eis que o véu do templo se rasgou em dois, de alto a baixo; e tremeu a terra, e fenderam-se as pedras"

Na teologia judaica, o véu do templo foi importante porque delineava uma separação entre Deus e o homem, e que poderia ser atravessado apenas uma vez por ano pelo sumo sacerdote. No Dia da Expiação (Yom Kippur), o sacerdote ofereceu um sacrifício em nome de toda a nação judaica.

As pessoas não eram livres para ir além do véu e ter acesso a Deus. Elas precisavam de um intercessor, o sumo sacerdote, para ir em seu nome. Quando Jesus morreu e o véu do templo foi rasgado, isso significava que o caminho para Deus foi agora aberto e as pessoas já não precisavam de um sacrifício ou templo para ter acesso a Deus.

Ainda, o véu rasgado significou o fim do sistema de culto dos hebreus num templo. Esse sistema está obsoleto, e não certamente não há necessidade de um sacerdote humano nem de um templo físico para que o homem aproxime-se de Deus. Sob a Nova Aliança estabelecida por Jesus Cristo, Ele se fez sumo sacerdote.

Assim o “templo cristão” como propõe a igreja mórmon é uma contradição com o Antigo e Novo Testamentos.

Vale a pena examinar outra menção de templos no Novo Testamento.

Paulo repetidas vezes menciona que nosso corpo é o templo do Espírito Santo. (I Coríntios. 3:16-17, 6:19) II Coríntios. 6:16 afirma muito explicitamente que:

"nós somos o templo do Deus vivo."

No Antigo Testamento, Deus habitava, entre os israelitas e Sua presença real residia no templo construído em seu nome. Desde que Cristo veio, a necessidade de um prédio para abrigar a presença de Deus foi removido.

A razão pela qual Paulo chama os crentes em Cristo de "o templo de Deus" é para enfatizar que eles tem o Espírito de Deus como residente permanente. (Efésios 1:13-14)  Assim, não há necessidade de visitar um edifício para fazer expiação pelos pecados e experimentar a presença de Deus.

Uma última passagem a considerar é Lucas 18:9-14. Este trecho oferece uma bela imagem do tipo de pessoa que satisfaz à Deus.

E disse também esta parábola a uns que confiavam em si mesmos, crendo que eram justos, e desprezavam os outros:

“Dois homens subiram ao templo, para orar; um, fariseu, e o outro, publicano. O fariseu, estando em pé, orava consigo desta maneira: O Deus, graças te dou porque não sou como os demais homens, roubadores, injustos e adúlteros; nem ainda como este publicano. Jejuo duas vezes na semana, e dou os dízimos de tudo quanto possuo. O publicano, porém, estando em pé, de longe, nem ainda queria levantar os olhos ao céu, mas batia no peito, dizendo: O Deus, tem misericórdia de mim, pecador! Digo-vos que este desceu justificado para sua casa, e não aquele; porque qualquer que a si mesmo se exalta será humilhado, e qualquer que a si mesmo se humilha será exaltado.”

Quando Jesus diz no versículo catorze que o coletor de impostos era a pessoa que foi para casa justificado, fica muito claro que a forma correta de ver a si mesmo no templo não é para se preocupar em "provar o seu merecimento." Este é exatamente o que o fariseu estava fazendo e Jesus condenou esse tipo de atitude.

Em contraste com os irmãos do templo mórmon, o coletor de impostos não se vê como "digno", e certamente não confia em sua própria justiça. Deus está contente com os que se humilham e aceitam a Sua justiça. (Romanos 10:3)


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Notas

1. As citações bíblicas são as versão João Ferreira de Almeida, revista e atualizada, 2ª edição, 1993.

2. Veja também Princípios do Evangelho, p. 231; Como Conseguir um Casamento Celestial, p. 124.

3. A escritura mórmon inclui o relato da primeira visão de Joseph Smith, o fundador do mormonismo. Segundo ele, o Pai Celestial “disse que todos os seus credos [de todas as igrejas] eram uma abominação à sua vista, e que todos aqueles mestres eram corruptos….” (Pérola de Grande Valor, Joseph Smith — História, 1:18, 19).

4. A exclusão de todos do santuário, menos os sacerdotes — descendentes de Aarão — é dramaticamente ilustrada através de um incidente na vida do rei Uzias. Ele, presunçosamente, entrou no Lugar Santo e queimou incenso. Os sacerdotes enfrentaram-no e o mandaram sair do templo: “A ti, Uzias, não compete queimar incenso perante o Senhor, mas aos sacerdotes, filhos de Aarão, que são consagrados para este mister; sai do santuário porque transgrediste; nem será isso para honra tua da parte do Senhor Deus” (2 Crônicas 26.18).

5. O conhecimento e interesse do povo no ministério dos sacerdotes no santuário é ilustrado em Lucas 1.10. Um dos deveres diários dos sacerdotes no Lugar Santo era queimar incenso — o símbolo da oração (Salmo 141.2; Apocalipse 5.8; 8.4) — no altar de incenso que ficava imediatamente em frente ao véu (veja figura 1). A Bíblia narra que, enquanto o sacerdote Zacarias realizava essa tarefa, “toda a multidão do povo permanecia da parte de fora, orando” (Lucas 1.10). Sua oração era, sem dúvida, para que o serviço que Zacarias fazia pelo povo fosse aceito diante do Senhor.

6. A  igreja mórmon refere-se a esses rituais como “sagrados, e não secretos”. Entretanto, esta é uma distinção ilusória, já que, na verdade, é dada aos seus membros a instrução de “não conversarmos sobre as ordenanças do templo fora de suas paredes” (Boyd K. Packer, O Templo Sagrado, 1982, p.2).

7. Levitas provenientes de linhagens de outra famílias que não a de Aarão cumpriam deveres de menor hierarquia no templo, supervisionados pelos sacerdotes (Números 3.5–9). Um estudo científico, recentemente publicado na prestigiosa revista britânica Nature, mostra haver sido encontrado um elo genético entre os homens judeus contemporâneos que afirmavam ser da linhagem do sacerdócio aarônico. Isso dá apoio à afirmação de ser possível traçar uma linha de ascendência comum, de mais de 3 mil anos, até chegar a Aarão, a personagem bíblica. O estudo, dirigido pelo professor Karl Skorecki, do Centro Médico Rambam, Instituto Technion-Israel em Haifa, Israel, encontrou “claras diferenças na freqüência de haplótipos do cromossomo Y entre sacerdotes judeus e suas contrapartes leiga”. Esta concordância genética foi encontrada nos que reivindicavam ascendência sacerdotal nas comunidades sefardita e asquenazita. O cromossomo Y é encontrado somente em homens e é transmitido através do pai. Veja Y Chromossomes in Jewish Priests (Cromossomos Y em Sacerdotes Judeus), Nature, vol. 285, 2 de janeiro de 1997, p. 32.

8. O assunto também constitui uma séria objeção ao Livro de Mórmon. O povo que ele descreve (chamado nefita — hebreus imigrantes pré-colombianos das Américas) possuía templos e observava “todas as coisas, de acordo com a lei de Moisés” (2 Néfi 5:10; 25:34). Também são eles descritos como descendentes de José (1 Néfi 5:16; ou Manassés, uma das tribos associadas a José, Alma 10:3) e não descendentes da tribo de Levi. Por este motivo, as pessoas descritas no Livro de Mórmon não poderiam ser validamente reconhecidas como sacerdotes.

Ainda que o nome Aarão apareça 48 no Livro de Mórmon , ele nunca é usado para se referir à personagem bíblica Aarão ou ao sacerdócio aarônico. Segue-se, aqui, uma lista de outros termos relacionados com o tabernáculo e/ou o templo usados no Antigo testamento (com o número de vezes se sua freqüência entre parênteses) e que não são mencionados uma única vez no Livro de Mórmon: “bacia”(13); “incenso”(121); “arca da aliança” (48); “filhos de Aarão (97); “propiciatório”(23); “dia da expiação” (21); “festa dos tabernáculos” (17); “Páscoa”(59); “casa do Senhor” (627). 



Texto traduzido e adaptado de:

http://www.irr.org/mit/portugues/os-templos-mormons-sao-cristaos.html